Lançado em 2006, pela Warner Bross, “Happy Feet”, animação gerada por meio digital, obteve recordes de bilheteria e já denunciava o dano ambiental causado pela pesca predatória, poluição e degelo, por efeito do aquecimento global. Como os artigos, todos de 2020, demonstram, nosso país sofre bloqueio de ajuda financeira da Alemanha e Noruega, como noticia Heloísa Negrão, no El País, em 16 de agosto, pelo descuido escandaloso da questão ambiental; igualmente, não atraímos investimentos estrangeiros, principalmente pelas queimadas e desmatamento criminoso, na Amazônia. Do projeto Amazônia sem lei, a Agência Pública, em matéria de Iuri Barcelos, acusa a prática de “lavagem de gado”, dentro de terras indígenas, em 05 de agosto. No Deutsche Welle, em 20 de junho, Edison Veiga relata que a Europa aperta o cerco aos produtos brasileiros, pela desastrosa política ambiental adotada por nosso governo. Em resposta, o Congresso Nacional, aprovou, em 12 de agosto, crédito extra para combate aos crimes ambientais. Área desmatada, na Amazônia, para pasto, não volta a ser floresta, corremos o risco de contar com uma das maiores áreas de deserto do mundo, desencadeando pandemias, como explica o Climatologista Carlos Nobre, Nobel da Paz -2007, em entrevista de Rafael Duarte, na publicação de O Eco, de 21 de junho.
Pela Folha de São Paulo, de 15 de agosto, Fabiano Masionnave e Lalo de Almeida anunciam, devastado por um dos piores incêndios de sua história, de causas não naturais, o Pantanal já perdeu 10,3% da cobertura vegetal ou o equivalente a dez municípios de São Paulo. Especialistas calculam um prazo de trinta a quarenta anos para sua recuperação. Série com muitos episódios e temporadas, os exemplos acima são só uma pequena amostra dos grandes problemas ambientais, provocados pelo enorme desequilíbrio criado entre o interesse financeiro desenfreado e a irresponsável falta de planejamento ambiental e estrutural, para alcançá-lo.
Nossa geração precisa se preocupar com o politicamente correto, com a ecologia, com os créditos de carbono, com o reaproveitamento dos materiais. Não fomos ensinados a lavar ou separar os descartáveis para a entrega aos coletores. O que justifica lixo no rio, quando contamos com coleta seletiva? Precisamos adotar a política dos RRR, reduzir, reutilizar, reciclar, como nossa contribuição mais singela, em favor da natureza. Com um olhar mais atento aos nossos resíduos, se observa o recuperar, o reintegrar, o reavaliar, o repensar, o reeducar. Conflitos no meio ambiente são matéria de debate mundial, todos convivemos no mesmo habitat. Somente nos igualamos, nos equiparamos, pelas necessidades comuns.
Importante que nos atualizemos, que percebamos o quanto evoluímos nas tratativas sociais. O que era indicado como solução adequada em outros tempos, hoje, se torna problema.
Antes, tínhamos problemas e procurávamos o Judiciário, o processo era o caminho natural; começamos a observar as custas, os honorários, o aborrecimento. Terceirizar um conflito nunca nos livrou dele, mas a falsa sensação nos fazia bem, não havia preocupação, até chegar a sentença, com o “selo” do trânsito em julgado. Quando, em uma disputa, um ganha e o outro perde, por inúmeros motivos, podemos perder, e, mesmo quando ganhamos, foi o suficiente? Reparamos, de fato, a situação? E a perda, além de financeira e do propósito, é algo demais precioso, o tempo.
A comunicação não violenta é a mais perfeita ferramenta para a resolução dos nossos conflitos. Envolvidos emocional e financeiramente, necessitamos de um profissional capacitado e imparcial para nos ajudar a dizer ao outro como nos sentimos, ouvir do outro como ele entende o que e porque aconteceu, e, como, juntos, acreditamos que o problema pode vir a ser resolvido.
Essa reunião precisa ser sob sigilo, em local apropriado; o custo, dividido, barato e justo. Nossos argumentos precisam ser verbalizados, nossas decisões precisam ser tomadas, respeitando nossa forma de ser e pensar e não pode demorar muito, aquele mal estar precisa ser solucionado e, essa “página”, virada, definitivamente. Contamos, ou não, com a assistência técnica de um advogado e o profissional pode ser, por nós, escolhido. Afinal, as leis já existem, valem para todos, só precisamos colocá-las em prática, sem necessariamente delegar a outros, que nada tenham a ver com nossas questões, nossos sentimentos e desavenças. Não há intimação, há convite. A certeza de que nada nos prejudicará também vem da lei.
É um nova visão, um caminho a ser adotado. Mediação ou Conciliação, vamos nos reunir?
Denise Lins Borges, 55, Mediadora Judicial, cadastro CNJ-NUPEMEC TJSP; Serventuária da Justiça aposentada, Contabilista, graduanda em Gestão Financeira pelo SENAC-SP, colaboradora do website SINDICONET. URL: www.chameumconciliador.com.br