A Justiça Sensorial é um método inovador e mais humanizado, para resolução de conflitos, tanto na mediação, quanto na arbitragem, sempre guiado por um terapeuta interativo, que promoverá o estímulo dos 5 sentidos das partes, para percepção do corpo e expansão da consciência.
Eu criei esse método inovador ao observar, que a nossa comunicação primitiva ao nascer está alicerçada nos 5 sentidos (olfato, tato, paladar, visão e audição). Em função da falta da oralidade (fala), diversos mecanismos de comunicação são acionados. No entanto, com o nosso desenvolvimento da fala (oralidade), vamos deixando em desuso esses mecanismos primitivos, tais como os 5 sentidos. Isso de certa forma, ao longo dos anos, vai prejudicando a nossa percepção da mente e corpo, já que somos seres integrais.
Eu como mediadora judicial percebo, que existem técnicas maravilhosas para resolução de conflitos no contexto da oralidade (mente), no entanto a percepção do corpo e suas manifestações não é percebida. Observei nos inúmeros atendimentos de mediação um alto índice de pessoas com o corpo somatizado com doenças, em função dos conflitos.
Precisamos trazer, para a área da resolução de conflitos, no judiciário e nas câmaras de mediação e arbitragem esse olhar mais integral entre o corpo e a mente, para isso defendo a inclusão dos terapeutas integrativos antes das mediações e arbitragens, para auxiliar nessa percepção do corpo, através das Oficinas Sensoriais. Esses profissionais vão ajudar as partes, a perceberem seu corpo somatizados por doenças, em função de doenças, que muitas vezes está carente de um abraço, toque e que já manifestados em forma de brigas, para falar de forma oculta a necessidade dessa lacuna afetiva de suprir um desses 5 sentidos.
Observo que à medida que o mundo caminha, para uma competitividade mais desenfreada, mais distante ficamos da exploração dos 5 sentidos (olfato, tato, paladar, visão e audição).
Minha proposta para a Justiça Sensorial é que através das terapias integrativas, possamos inserir, antes da mediação e arbitragem a: massoterapia (estímulo do tato); musicoterapia (estímulo da audição); cromoterapia (estímulo da visão); aromaterapia (estímulo do olfato) e um lanche (estímulo do paladar). Com isso, o clima ficará mais leve, para a resolução de conflitos, já que houve uma integração dos 5 sentidos, que compõe a nossa comunicação básica e essencial, para conectar o corpo e a mente.
Nessa perspectiva, elaborei um índice que eu intitulei como IJS – Índice de Justiça Sensorial. Este índice é composto por 3 variáveis: melhora do sono das partes, fechamento de acordo, relaxamento com as Oficinas Sensoriais.
A avaliação da melhora do sono é importante, para prevenir e controlar doenças, o sono tem um poder para autorregular o corpo e a mente. O fechamento do acordo é o objetivo para a resolução de um conflito em pauta. E o relaxamento promovido pelas Oficinas Sensoriais contribuirão redução do estresse mental.
Cada variável, que compõe o índice tem escala de avaliação de 0 a 1. E o cálculo final para o IJS – Índice da Justiça Sensorial é a média das três variáveis.
Através desse índice, trago uma contribuição para avaliação dos impactos da resolução de conflitos no contexto integral, conectando corpo e mente, para pacificação social.
REFERÊNCIAS
RANGEL, Sheila. A Arbitragem Sensorial é apresentada como forma disruptiva, para resolução de conflitos. Disponível em Disponível em: https://www.bahianoticias.com.br/justica/artigo/628-a-arbitragem-humanizada-sensorial-e-apresentada-como-forma-disruptiva-para-resolucao-de-conflitos.html